A moda era usar um adesivo dilatador no nariz. Passou a ser a pulseira do equilíbrio. Agora, são as fitas coloridas coladas em todo o corpo.
Em comum, atletas de alto rendimento em busca das novidades na medicina. E a consequente influência sobre os demais esportistas amadores.
A mais recente mania, porém, não foi lançada nesta estação. Foi inventada na década de 1970 e, nos últimos meses, vem estampando as peles de astros do tênis, do basquete, do vôlei, do futebol.
O produto é conhecido como kinesio, nome original da criação do quiropraxista japonês Kenzo Kaze.
As fitas consideradas terapêuticas, porém, ainda não têm comprovação científica conclusiva sobre sua eficácia.
Mesmo assim, no Brasil, clubes e seleções já utilizam o produto que pode ser importado de países da Ásia, Europa e dos Estados Unidos.
"Hoje, o uso é positivo. Tenho percebido o ganho de confiança nos jogadores. Mas é subjetivo, psicológico", afirma o fisioterapeuta do Corinthians, Bruno Mazziotti.
Ele diz que, no jogo contra a Portuguesa, na semana passada, quatro corintianos usaram as bandagens, seja por incômodo muscular ou para ter segurança em articulação.
"É experimento. Não faz milagre, é mais um recurso. A própria medicina descreve o efeito placebo", diz Mazziotti, sobre a crença do paciente em estar com algo que lhe ajude em uma cura.
Já no São Paulo, o fisioterapeuta Ricardo Sasaki deixou de aplicar a técnica.
"Já usamos, dizem que ajuda, mas não vi comprovação", resumiu o são-paulino.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autoriza a venda das fitas no país. São cinco fabricantes, geralmente encontrados em importadoras ou via internet.
De acordo com Pietro Rigamonti, diretor comercial da Politec Saúde, representante da Kinesio Taping no Brasil, existem muitos estudos que comprovam o benefício nas mais diferentes aplicações.
"Acontece que estes estudo mostram que as bandagens têm eficácia, porém o motivo ainda não é totalmente claro. Ela funciona, mas é difícil explicar o porquê."
Para aplicar a bandagem, segundo os fabricantes, existem cursos específicos.
"O relato das pessoas que usam é que, no máximo, não faz diferença. E muitos sentem melhoras", diz o fisioterapeuta da seleção brasileira de tênis, Ricardo Takahashi, que fez o curso, conhece a técnica há mais de seis anos e estuda o assunto.
Ele e os professores Leonardo Costa e Patrícia Pereira vão iniciar um trabalho na Universidade Cidade de São Paulo com 150 voluntários para entender como o tratamento e suas maneiras de aplicar a tensão funcionam.
"Está na moda. Melhora de edema a dor de cabeça. Mas não temos comprovação científica. São poucos estudos, poucas amostras. Sabemos que funciona como quando você sente uma dor e aperta ou esfrega o local e assim já melhora. A fita faz isso."
A moda está lançada.
Fonte: folha.com